Brutal Medo (like a glitch) ou Aventuras de um gaijo com medo de trovões e não só

Ora cá estão duas palavras que me ocorrem quando penso na volta de ontem de tarde. Brutal e Medo, ou Brutal Medo (juntas), ou Medo Brutal (exacto !).

Pela primeira e ultima vez, espero eu, vou deixar aqui neste post um texto copiado de uma página da net.

Tem a ver com uma de duas fobias minhas :
- Fobia aos Trovões / Relampagos
- Fobia aos Dobermans

Aqui fica o excerto :

Pergunta :
Ola; eu tenho medo da trovoada e quero perdê-lo (perde-lo) como poderei fazer isso?

NA : Faz lembrar a revista Maria, não ?

Resposta :
O medo é uma defesa do organismo contra um perigo. Ter medo duma trovoada é normal, primeiro porque é um acontecimento muito poderoso e gigantesco, fazendo muito barulho e fazendo tremer o ar e o chão, tudo acompanhado por uma luz ofuscante. Além disso, é muito perigoso. Quem for “apanhado” por um raio tem morte quase certa. Mas a natureza é assim mesmo. Nós e os outros animais somos muito pequenos e muito frágeis. Podemos morrer de um raio, mas também podemos morrer facilmente de muitas outras coisas aparentemente menos perigosas. No entanto, dentro da nossa pequenez, também somos muito fortes e resistimos a coisas por vezes muito complicadas.

Voltando às trovoadas, temos a felicidade de haver pessoas tão inteligentes que, tendo respeito pela natureza, procuram arranjar maneiras de se protegerem destes perigos, estudando o comportamento dos fenómenos, pois estes têm explicação. A protecção dos “excessos” da natureza está na própria natureza. É preciso é saber o que fazer. E foi assim que um americano de nome Benjamin Franklin, que era uma pessoa muito curiosa e inventiva, inventou um pára-raios para atrair os raios e desviá-los de nós. E a construção deste aparelho é até bastante simples. É um varão espetado num alto e ligado à terra. Não é um varão qualquer, pois tem que resistir ao raio, se este lá chegar. A partir do momento em que esta invenção foi sendo instalada nos prédios e em que as pessoas foram compreendendo o seu efeito, estas passaram a sentir-se mais protegidas e seguras, de tal forma que muita gente pensa que não vai morrer com a trovoada, se ficar em casa, o que já é bastante bom. Quanto ao facto de haver pessoas que têm medo, o melhor é não se preocuparem em ter medo, pois isso é natural. Há pessoas que deixam de ter "medo" e passam a ter "respeito". Outras continuam a ter medo e outras nunca têm medo. Também há pessoas que vão ao cinema ver um filme de terror, porque gostam de sentir medo (sem perigo).
Este artigo foi retirado da página
http://elektron.no.sapo.pt/infantil/infresp41trovoada.htm

Findo este momento ludico e contextualizante, seguimos para um excerto do passeio :

206 : "...Ó MM, vou para trás"
MM (pensando) : "Para trás para onde ? Este gaijo entrou em pánico. Tá tolo !"

e entrei mesmo. e sim estava tolo, possesso talvez.

MM : "Ó 206, é só mais um bocadinho ali à frente e depois a gente abriga-se !" (agradeço-te murcão, não pela total veracidade das tuas palavras - o que não é normal, mas aceita-se dada a tensão no ar, quer electrica quer nervosa - mas acho que se me deixasses continuar ia descer como se não houvesse amanhã e provavelmente ia-me magoar, tal o desespero em descer, dankaxun)
Grande flash seguido de :
BBBBBBRRRRRRRRRRRRRRRRRRUUUUUUUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM
Pega-se na bike e sobe-se aquilo a pé. Já ia de olhos fechados para não ver os trovões. Começa a cair granizo nas minhas costas (e penso que nas costas do MM e Mister Ci também). Coração sobe à boca. Respiração ofegante. Sobe rápido, mais rapido que um trovão...Pernas para que te quero. Carne de porco à alentejana. Dia 18 começa a segunda fase de entrega do IRS. O jardim do vizinho é mais bonito que o meu. Amanhã joga o Porto e dá na RTP1. O escorpião é um insecto venenoso. Quem não tem cão caça com gato. 206 é um carro não um ciclista. Estava melhor em casa a polir as pratas, ou a dar banho ao cão que não tenho, ou a fazer algo ainda mais perfeitamente inutil. Não tenho seguro contra danos electricos. Nem de quebra isolada de vidros. O céu só é azul quando não há nuvens. Enfim, o delirio completo.

Mais um flash seguido de :
BBBBBBRRRRRRRRRRRRRRRRRRUUUUUUUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM
Se não tivesse feito em casa, borrava-me ali mesmo, qual homem qual carapuça, borrava-me mesmo ! Já foste ó 206.

Só via mais subida (quanto mais alto estiveres, maior o risco de seres atingido).
Sobe, sobe, Balão sobe, Vai pedir aquela estrela, que te deixe lá viver e sonhaaaaaaaaaaaaarr.
Após a subida, já se podia pedalar e foi o que fizemos. Mais rápido que isto, só mesmo com um animal atrás de nós (para me dar uma chifrada ou para me ferrar. Também houve disto desta vez, meus senhores, também houve disto).
Chegados a uns casarios, digo para o MM :
"Vamo-nos abrigar ali"
O MM, vai à frente, já quase debaixo do abrigo faz marcha atrás. Vinha um cão na direcção dele (estava preso mas só depois é que vi) como que a dizer : "Num-há-quartos- prálugar, este abrigo é meu, AU !". Ok men, tipo fixe que tu és, meu cão. Um gaijo aqui a sofrer e tu aí armado em lateiro. Hádes ter muito amigos meu cãodáreia.

Continuamos e mais à frente, pedimos abrigo numa especie de Ilha / Casa de Lavrador.
Gente simpática. Ficamos nós os três (MM, Mister Ci e eu) ali abrigados, todos ensopados e com algum frio. Deu para o lanche e para aquecer pois estava-mos ao lado de um estabulo. Meia volta ouvia-se MMMMMMMuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu !

Mais não digo, o Morcão está a preparar o resto.
(nem para mim sou bom. Murcão, tinhas três, a que faltava era a da alheira)