Para memória futura fica aqui o relato de mais um passeio dos
Enterras por terras do Marão, o primeiro deste ano e, a julgar pelo estado da
nação e pelo meu bolso, um dos últimos... E éramos muitos à partida, treze no
total. Claro que o Areias vale por dois pela forma como pedala e está disponível
para nos acompanhar. Agora pensem… No final alguns acabaram de papo cheio mas com
um banho de água fria, mas já lá vamos.
Partimos do local do costume, Sanche, no sopé do Marão na
sua vertente voltada para oeste e, também como é habitual, começou logo a doer
pois o nosso guia assim fez questão. Visitamos o Picôto (tradição), também um
novo arruamento em calçada portuguesa e depois começou o verdadeiro passeio e a
nossa história. O dia estava cinzento mas com temperatura agradável.
A esta altura com certeza estão a pensar no título da
crónica, ou não e já navegaram para um site mais interessante, por exemplo de
gajas… em lingerie… onde se janta… Mas o nome nada tem de extraordinário, sendo
apenas uma forma representar uma ideia, sem ser directo como uma representação
de pixéis e, não tem nem pretende ter, qualquer conotação religiosa.
Claro que o David é o que estão a pensar, um
companheiro de viagem que parece-me tão cedo não voltará a pedalar. Isto se
mantiver o ritmo que trazia, ou seja, um passeio de 4 em 4 semanas… Claro que
levar um pacote de bolachas ‘Maria’ no alforge não ajuda… No fundo é o mesmo
que ir para a política para ajudar o país: a ideia é boa mas chega-se ao fim e
o pacote está cheio…
Voltando à história, David lutou contra Golias, derrotando-o.
A metáfora do Golias representa naturalmente o Marão, por ser grande, difícil
de ultrapassar e na história, se se recordam, existia uma funda, pois também aqui
ela existiu. Onde? Por exemplo na ponte Guiné sobre o rio Olo! Depois de uma
descida enorme - mesmo grande diria - percebi logo que tínhamos chegado à tal
funda e o nosso David começou cedo a dar mostras de que a luta ia ser grande, percebi
isto mas claro que me mantive quedo… A ver onde isto vai… Mas era cedo, muito
cedo…
Depois da passagem por Mouquim, atravessamos uma ponte
pênsil em madeira, numa zona de pesca reservada. Um sítio magnífico e outra
funda. A seguir claro que vinha uma subida… Tinha quinhentos metros, segundo o
Areias. Mas esta não era uma subida, era ‘A subida’! De tão íngreme e difícil
basta dizer que o nosso Chefe, em jeito de penitência, chegou lá acima a pé
como nós, mas a puxar duas bikes… Golias 1 – David 0. Adiante apareceram as cãibras
em ambas as pernas, ao mesmo tempo… Golias 3 – David 0. Chegamos a uma
encruzilhada: - Vamos por Campanhó? Descemos e depois subimos? Nem pensar… Novas
cãibras, nas mesmas pernas e em simultâneo: Golias 5 – David 0. Mas o alto de
Espinho estava ali, a 1021 metros de altitude. O gigante finalmente tombava…
Grande David! Resultado final: Golias 5 – David 6, após prolongamentos e alongamentos...
Dali até ao banho de água fria foi um ápice a descer pela N15 e as
sandes do Marco desta vez foram bifanas! Grande passeio cheio de zonas espectaculares!
Já o disse várias vezes, e não me canso, são das mais bonitas do nosso* país!
*Por enquanto