Se houvesse um ano ‘vintage’ para
as bikes, na minha opinião, 2014 seria um deles: foram incontáveis passeios e
outras tantas horas de boa disposição, e melhor ainda, só vamos a meio! As
visitas à Senhora do Minho, passando pelo Cerquido, a serra da Freita e de São
Macário marcaram os últimos dias de Maio mas antes ainda, e apesar do mau tempo,
fomos a Viseu pela linha do Corgo. Acresce a internacionalização dos
Enterras, iniciada no ano passado com o Anglirú na Vuelta e que teve continuação este
ano em Itália, no Giro! 5 meses de antecipação, carregados de chuva e frio tornaram a aventura ainda melhor! Valeu a pena! Presentes à partida: Amorinni, Cesarinni aka Furinni, Geovanni e Luppini, destacado como
motorista não gosta muito de lugares estreitos e Cassinni il Morconni.
A primeira etapa ligava o Porto a
Auronzo di Cadore, passando por Veneza (sem gôndolas) e Treviso. A chegada ao
aeroporto é impossível de descrever e a engenharia aplicada ao carregamento das
máquinas… Só visto! A pizza do almoço e a loja da Pinarello são outras das
recordações deste dia. Também fiquei a saber que o Cesarinni vendeu pedras
daqueles montes que, pelos vistos, conservam o calor… Deve ser da neve… Chegados
a Cadore, diz o Geovanni: - É aqui nesta
placa, virámos à direita! – DML, o stripview® faz maravilhas! Nem precisámos de
GPS! (Não é uma ficha). Numa aldeia entalada num vale à entrada dos alpes, junto
ao hotel montámos as máquinas e o passeio ficou para o dia seguinte, pois já
era noite.
Depois de uma noite bem dormida (para alguns) e um pequeno-almoço rápido (para outros) lá fomos para Ovaro, o
acampamento base. A confusão era grande e nem conseguimos tomar um café, apenas
águas com gás e mini-croissants, que mais tarde haveriam de saber pela vida.
Após 20 kms de aquecimento, umas sandes e bebidas começamos a subida do
Zoncolan à hora prevista (13 de lá e 8 em Campinas).
O Kaiser é do piorio! Na primeira
parte parece um passeio, a romaria de pessoas a pé e de bicicleta é imensa,
quase todos carregados com mochilas e câmaras-de-ar (o Furinni ia ali) e de boa
disposição, inclusive o Geovanni que já aparecia (a pedido) nas fotos. Na segunda um inferno! Sem Caronte ou Cérbero, mas antecipado por versos de
Dante numa parede e um pórtico humorístico. 6 kms a 15%! DML! Mas era para aquilo que tínhamos vindo... Quando entramos nos túneis o monstro tinha tombado! Como as italianas do Connie! Agora era só armar
barraca e esperar pelo pelotão. A aventura dos 5 nos alpes ainda ia a meio e já
tínhamos gasto metade do farnel, a totalidade dos croissants e uma série de
fichas. Lá em cima fazia frio e a malta protegeu-se da melhor maneira, já que o
suporte do Connie não chegava ali, um corta-vento teve que servir. Viva
Quintana! VIVA ROO!
Dali descemos para o acampamento
base, onde furámos duas vezes e seguimos para a Dolomitenstrass, onde no
Egentaller nos esperavam coisas sem consistência mas que pesaram na carteira!
Não foi Amorinni? Um capuccino?!!!... Irra!...
A próxima etapa começou em Prato
dello Stelvio com mais dois furos do mesmo. 96 ‘tornantes’ espectaculares e com
neve à mistura, com uma sande pelo meio no Passo dello Stelvio. É discutível mas, se calhar, é a estrada mais bonita da Europa.
Repetindo-me: só visto e pedalado!
Em Bormio fizemos como os
gauleses e comemos que nos fartámos! Bom, barato e com consistência. Até nos
imprimiram os bilhetes!
O regresso foi sem problemas, tudo correu como esperado e chegamos com muito tempo a Malpensa para as
habituais compras no ‘free-shop’…
As próximas aventuras agendadas
são a Marmota e o Ventoux no próximo ano e Machu Picchu daqui a dois.
Resumo do passeio:
Horas de avião: 5
Horas nos aeroportos: 3 contando
com os 10 minutos de Malpensa e do Porto
Horas a enviar SMS: 3 (só do
Amorinni)
Horas a embalar caixas: 5
Horas a decidir como embalar: 5
Horas a pedalar: Poucas
Horas de galhofa: Todas