Bike em Terra

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Topo do Marão 1420 metros (mais ou menos *)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Uma ou mais aventuras no Marão

Nem sei por onde começar a crónica, um pediu-me para ser leve na escrita, outro para escrever sem problemas e ainda outro disse que nunca chegaria a Pro, enfim... No fim-de-semana mais longo do ano dos Enterras partimos 13* da casa do GF ao pé de Vila Real para percorrer o ciclo-trilho do Corgo no sábado, 23444º dia da Nova Grande Depressão. A novidade agora é que a Troika poderá passar a Doika... E que tivemos entre nós o XC, homem da competição, com muito para ensinar sobre pedalar...

Dia 1
Etapa 1: Vila Real - Quase Nossa Senhora dos Remédios - Régua

Pedalamos em direcção à estação ferroviária de Vila Real onde entrámos no trilho da CP em muito boas condições: terra batida, estações abandonadas, regos traiçoeiros e pontes, muitas pontes para passar a pé, ora devagar ora a correr à frente do comboio. E a paisagem? Pois, a paisagem é... E os peixes? E os bichos azedos? E o cheiro das plantas? O furo do Eléctrico e zig-zags do Orlandini?! 

Num instante estávamos na Régua a passar mais uma ponte em direcção a Lamego para  aí contar os famosos degraus e comprar uma pomada para o Indeciso, que entretanto se tinha magoado num rego ou por alí. Mas não tivemos tempo de lá chegar pois após uma pequena discussão  no meio da subida, o instinto gaulês falou mais alto e levou-nos ao Maleiro, não sem antes retirar as dores do nosso companheiro com dois Voltarenes Rapid. 

Sobre o restaurante e para o guia Michenterra proponho três estrelas, numa escala em que uma corresponde a nada satisfeito e cinco a completamente satisfeito e com uma gaja de cada lado... Outra proposta, esta do GF, é a de fazer uma votagem* para definir um hino para o grupo, assim tipo bandeira. Eu aproveito e dou já a minha sugestão pensando no nosso mais irrequieto  elemento: 'I can't fly'.

Etapa 2: Régua - Universo Paralelo - Vila Real

Se sair da cama e subir Quintarei é do piorio para alguns Enterras o que dizer de sair do Maleiro com a barriga cheia e com a vista toldada pela falta de óculos e presença em abundância de branco e tinto da zona? DML! Grandes paredes tem o Caminho de Santiago Português Interior! Tão grandes que às páginas tantas três fugitivos escolheram um trajecto por um universo paralelo. E o que eles perderam? Pois... Perderam a génese de quiçá o novo Irrequieto e mais além, no mínimo.

As paredes sucediam-se com proporcionais descidas, uma passagem por Santa Marta de Penaguião e mais paredes e mais descidas. A zona demarcada dos vinhos do Porto era evidente, as terras ordenadas por vinhas muito verdes formavam pequenos socalcos aqui e ali com altura considerável, tanto é que éramos nove e oito acharam por bem fazê-los a pé. Agora o nosso amigo Orlandini não! Não era um trilho com uma nesga de largura e um precipício que o ia demover de pedalar. Nem pensar! O resultado foi o esperado: um enterra entalado e oito não...

Quando cheguei a casa do GF pensei que estava enganado, que estava na reserva e que a falta de visão ainda estava pior. Fui recebido pelo estalar de uma reflex, copos de champanhe, brasas no churrasco e cerejas a embelezar o tejadilho dos carros... Bela organização! Só faltava uma partida de póquer, uns foguetes durante a noite e umas gajas... O banho podia ficar para amanhã... E o resto da história...

Dia 2
Etapa 3: Vila Real - Serra do Marão

Afinal demorei um pouco mais a voltar aqui e ainda não tomei banho mas prometo tomar...

Depois da alvorada do dia 23445 seguimos a nacional 15 em direcção ao alto de Espinho sempre a atarraxar e desatarraxar conforme indicações do XC. Naquele dia estava a 900 metros de altitude por isso a subida foi mais suave e depois de abastecer atacamos a subida até às antenas onde o XC chegou dando 5 minutos ao nosso benjamim e só atarraxou um bocadinho pois no dia seguinte ia até à Senhora da Graça... Irra...


11 comentários:

  1. O universo paralelo * :

    Fartos que estavamos, decidimos arrepiar caminho via paralelo. Juntos, de novo, o trio que não é de Odemira mas sim de Portalegre.
    Deu para apreciar o cenário que regista sem dúvida o poder da vontade humana.
    Rima com a génese deste desporto que praticamos.

    Subimos a ladeira até ao Café Xoné sempre com este espétacular cenário a acompanhar.
    Dona Augustina e Sr. Ferráz !
    Um grande bem haja pelo gelo !!!

    Perdi a conta das latas de cerveja diferentes que ví. Fiquei Xoné !
    Parecia uma miragem... facho que para cima de uma vintena. Não as contei. E destas só conhecia duas ou três...uma já bebi. Franziskaner Dunkel.

    Restabelecidos, seguimos viagem e eramos para ter passado por uma subida de 500 m a 6%, mas afinal o Universo pregou-nos uma partida e, provavelmente via wormhole, atravessamos para o lado de cá sem qualquer problema.

    As cerejas eram uma maravilha mas deixei de as comer assim que o nosso Murcão apareceu. Irra ! Para quem não vê um analgésico...

    Foi bom, mesmo com o raio que o parta !

    A verdade é só uma : para chegar a Parada de Cunho é preciso BATER PUNHO ! BATER PUNHO !

    * - asfalto

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  2. ?
    Não. Lado a lado, nem de mãos dadas.
    ?

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  3. Quando o Gaspar se demitiu vi aí uma oportunidade de negociação com a Troika das condições do nosso empréstimo. O rumo, estava mais que visto, que não era o correcto.
    Agora que se perdeu a oportunidade de mudar de rumo acho que os politicos deviam obrigatoriamente de ser ciclistas.

    Não me lembro de nenhum que, a mais de meio de uma subida tenha desistido e voltado para trás. Ao menos desmonta-se e vai-se com ela à mão.

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  4. Ó Murcão ! Podia ter dito isto ?

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