Sei que estão em pulgas desde sábado para ler aquilo que todos vimos, ouvimos (e alguns sentiram) todos, excepto o Coutinho, que pelos vistos tem uma almofada que é melhor que um passeio pelos trilhos de S. Vicente de Queimadela. Peço desculpa, estive ocupado mas já tenho tempo, agora.
Passavam 20 minutos das 8 horas nos Açores, quando o Chefe chegou, vinha a barafustar com a Cristina. Pelos vistos só conseguiu chegar ali em passo desportivo, que é como quem diz, a dar gás. O Morcão trazia as meias do costume, debaixo das calças de elastano, o Tu o’Six vinha com cara de quem precisava duns fuminhos e o Cute vinha a mostrar a pulseira brilhante do equilíbrio, mas sempre a bombear.
Com este cenário lá fomos em direcção ao alto do Cornadinho, e nem por sombras imaginava que com 7 ou 8 graus (17 ou 18 para o Coutinho) as coisas iriam aquecer tanto, com certeza mais um ou dois graus.
As próximas linhas podem parecer invenção mas ainda hoje, se forem para as bandas de Cascais, e perguntarem pelo Oliveirinha pode ser que acabem com um olho negro ou à porta de uma ourivesaria aos pulos.
Estávamos a lanchar, já depois de o Tu o´Six ter malhado com grande estrondo, mas só magoou as calças de fora, as de dentro estavam novas, quando o nosso Chefe começou a relatar os episódios da nossa Riviera. E eu acho, estranhamente pensarão, que foi isto que provocou o malho do Cute, mas já lá vamos… Esqueci-me de lhes pedir paciência e vocês sabem que eu sou um túmulo!
Sabem, aqui há uns anos, quando a tropa ainda era tropa, o soldado Oliveirinha tentou meter os papéis para casar com ela, e sabem qual foi a resposta? Uma walter em cima da mesa junto dum braço com o indicador esticado a indicar a porta. E perguntam vocês, mas porquê Morcão?

Bom, primeiro porque ele, um gajo do norte, estava habituado a lidar com indígenas que oram penitentes, e capitães que gostam que lhes mostrem as armas, e também porque gostava de armar barraca e ainda gosta, o Coutinho que o diga. Tudo começou quando não arranjou alimento para o tenente, arranjou assim um inimigo. A comida que pelos vistos andava aos pulos e gritos por aquelas bandas, mas não chegava ao prato do graduado, e vai daí enfiam o Oliveirinha na panela! A sério, foi o que disse. Depois, não contentes com as limpezas mandam-no limpar o canhão da parada. Trabalho para 3 meses, mas na última semana, das quinze, foi preciso arranjar reforço, porque só a manivela estava polida. Ele passava as tardes encostado ao canhão a apanhar sol, numa competição para o bronze com outro magala, que usava dopping (coca-cola). E tudo isto por uma grade de cerveja…
Só agora começo a perceber a fixação que ele tem contra os soldados rookies, e porque comprou uma Kalashnikov do tempo do ultra-mar. Tu o´Six, tu põe-te a pau, aquilo não vai para onde se aponta, mas pensando bem, já deves estar habituado…
Passados uns tempos o Oliveira foi chamado para mais uma tarefa, pintar a messe dos aspirantes, que segundo ele (o Chefe) era motivo para medalha de mérito, mas só para ele… Porque para o tenente chapiscado de propósito com cal (pelo Oliveirinha) na sua bela farda kaki era motivo mais para harakiri*. Que o diga a trincha que voou sozinha pela parada fora a pontapé…
Claro que contado por mim não tem piada nenhuma, mas se conseguissem ver o ar de felicidade dele ao falar no chapiscar do dourado… Por falar em dourado… Não, isso fica para outra vez. As histórias do Oliveirinha… Coutinho, não sabes o que perdeste…
Mas depois de tanto rir tinha que vir a cereja em cima do bolo, e que grande cereja e que estrondo… Íamos a caminho de mais uma subida quando o Cute desata em grande velocidade em direcção a lado nenhum e aparece um cão e ao mesmo tempo uma vala aí com uns duzentos milímetros e zás e o cão ladra e ele mete os pés pelas mãos, pedais pelos punhos, e CATRAPUM!!!!.... Não sabia onde começava o Cute e acabava a bicicleta, nem se tinha ficado com alguma coisa entalada, como o Tu o’Six**, se ainda tinha mochila ou aquilo era um avental… Mas com tanta algazarra aparecem de todo o lado pessoas muito preocupadas:
-Eu avisei-o! – Diz uma senhora de faces rosadas já aquela hora da manhã.
-A ele? – Perguntei logo preocupado que o Cute tivesse algum problema auditivo…
-Não, disse ela, com ar de quem estava a olhar para um morcão… Eu avisei o presidente da junta! E vocês deviam fazer o mesmo!
-Hã…
O Cute ainda estava no chão à procura da pulseira para a oferecer como coleira para ao cão. Ele barafustava sacudindo algum do pó: - Irra! Não sabia se havia de olhar para o cão, se para o chão, se para as horas… Irra, não vi o buraco! &/%##@! A PULSEIRA!!!! &/%##@!!!!
Caros enterras, acho que como esta, só mesmo visto, porque escrito, só num gráfico sísmico… E coragem homens da empresa com nome de modalidade olímpica! O homem vai chegar aí com uns calções e uma roda para trocar, ou mais. Tenham paciência, ele não teve culpa! Afinal ela não o avisou!
*seppuku para o Jorgex
**Pensavas que eu tinha esquecido?